A população ocupada em trabalhos domésticos diminuiu de 6 milhões e 400 mil para 4 milhões e 900 mil entre o quarto trimestre de 2019 e o quarto trimestre de 2020, uma redução de 23,4%. O levantamento foi publicado nessa terça-feira pelo Dieese, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE.
A publicação mostrou que 92% do total de ocupados no trabalho doméstico são mulheres, sendo que 65% são negras. A idade média dos trabalhadores é de 44 anos, mesma faixa etária identificada em 2019. Em 2020, os trabalhadores domésticos com 60 anos ou mais representavam 8,7% do total; em 2019, eram 9,1%.
Segundo o presidente do Instituto Doméstica Legal, Mário Avelino, os números mostram que o segmento do empregado doméstico foi bastante afetado pela pandemia de Covid-19. Mário Avelino destaca que fatores como o risco de contaminação geraram demissões e impediram novas contratações no setor.
O levantamento mostrou ainda que a média nacional de rendimento caiu no período: passou de 924 para 876 reais. Apesar disso, em 2020, em todas as regiões, com exceção da Região Sul, aumentaram as domésticas chefes de família. As informais ganham 40% a menos do que as trabalhadoras formais, e as negras recebem 15% a menos, aponta o Dieese.
Para melhorar o cenário do trabalho doméstico, Márcio Avelino avalia ser necessária ampliação da vacinação no país e o estímulo de políticas públicas que favoreçam a contratação formal de trabalhadores do setor.
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