O governo se recusou a admitir que espionou seus oponentes, acusando-os de fabricar a história para obter ganhos políticos
O governo grego plantou spyware nos telefones de dezenas de políticos, jornalistas, funcionários públicos e empresários, de acordo com uma investigação em andamento do jornal grego Documento. Um relatório no domingo revelou que um chefe de polícia também foi alvo.
O Documento, que investiga o escândalo há vários meses, afirmou que o ex-chefe da Polícia Grega, Michalis Karamalakis, tinha o spyware ‘Predator’ instalado em seu telefone pelo Serviço Nacional de Inteligência do país (EYP), a pedido do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis.
O relatório eleva para mais de 100 o número de alvos sob suposta vigilância do EYP. A lista inclui o político da oposição Nikos Androulakis, o promotor Christos Bardakis, os jornalistas Tina Messaropoulou, Thanasis Koukakis e Stavros Michaloudis, bem como vários conselheiros e confidentes do próprio Mitsotakis.
O primeiro-ministro, que supervisiona diretamente o trabalho do EYP, nega qualquer envolvimento no escândalo. Depois que o líder da oposição, Alexis Tsipras, convocou o primeiro-ministro para “pare de se esconder e dê respostas,” seu porta-voz, Yiannis Oikonomou, chamou as alegações de escutas telefônicas “não comprovada e infundada”. Oikonomou acusou Tsipras de “tentando criar condições de anomalia política” justificar “a derrota iminente de [his party] nas próximas eleições”.
De acordo com o Documento, Oikonomou também teve seu telefone grampeado pelo EYP.

O escândalo surgiu pela primeira vez no início de agosto, quando Panagiotis Kontoleon, que liderava o EYP na época, disse a um comitê parlamentar que a agência de inteligência estava espionando o jornalista financeiro Thanasis Koukakis. No início deste mês, um relatório do Parlamento Europeu acusou a Grécia e três outros países da UE de utilizar o spyware para bisbilhotar seus cidadãos.
Desenvolvido pela empresa de software Cytrox, com sede na Macedônia do Norte, e vinculado à indústria de defesa israelense, o spyware ‘Predator’ é comparável ao malware ‘Pegasus’ desenvolvido em Israel, que vários governos e agências de inteligência foram pegos usando no ano passado. Ambos os programas podem acessar chamadas, mensagens, fotos e arquivos e podem ativar secretamente as câmeras e microfones dos telefones de destino.
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Verificado por RJ983
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