Destaques

Três décadas após chacina, Mães de Acari inspiram movimentos contra o racismo e por justiça

Há 30 anos, 11 jovens moradores da Favela do Acari, sendo 7 menores de idade, foram retirados de um sítio localizado em Suruí, bairro do município fluminense de Magé, por um grupo de homens que se identificaram como policiais. Eles foram levados para um destino desconhecido e nunca mais voltaram para suas famílias.

A investigação indicou que os policiais militares envolvidos vinham extorquindo algumas das vítimas antes do seu desaparecimento forçado. Até hoje, os paradeiros dos jovens não foram descobertos e os responsáveis nunca foram levados à justiça.

Diante dessa situação, as mães dos jovens desaparecidos criaram o movimento Mães de Acari para denunciar a violência do Estado e procurar respostas sobre seus filhos. Algumas morreram nessa busca, duas delas assassinadas: Edméia Euzébio, mãe de Luiz Henrique e líder do movimento, e Sheila Conceição, sua cunhada, sofreram uma emboscada e foram assassinadas no estacionamento do metrô Praça XI em 1993 após visitarem um detento no presídio Hélio Gomes.

Segundo as investigações, elas estavam muito próximas de descobrir o que aconteceu com seus filhos. A luta das Mães de Acari foi uma inspiração para muitas outras mães de jovens assassinados pela polícia, como é o caso da coordenadora do Movimento Moleque, Mônica Cunha.

Mônica explica o objetivo do Movimento Moleque.

A ativista pontua o racismo estrutural como sendo um ingrediente fundamental na definição dos corpos matáveis no Brasil.

Ela reconhece a importância de saudar, após 30 anos, a iniciativa de luta das Mães de Acari.

Mônica é mãe do jovem Rafael da Silva Cunha, assassinado por um policial civil nos anos 2000. Sua busca por justiça se inspira na história de Acari, que, passados 30 anos, não teve qualquer desfecho elucidativo.

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro recebeu a denúncia do homicídio de Edméia em julho de 2011. Sete pessoas estão sendo acusadas, a maioria delas policiais militares, incluindo o ex-comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, então responsável pelo policiamento da região de Acari. Tantos anos após o assassinato de Edméia, o processo ainda permanece na fase de instrução e julgamento, não tendo sido encaminhado a júri.

Concorra a prêmios surpresas ao fazer parte de nossa newsletter GRATUITA!

Quando você se inscreve na nossa newsletter participa de todos os futuros sorteios (dos mais variados parceiros comerciais) do PlanetaOsasco. Seus dados não serão vendidos para terceiros.

PlanetaOsasco.com

planeta

O PlanetaOsasco existe desde 2008 e é o primeiro portal noticioso da história da cidade. É independente e aceita contribuições dos moradores de Osasco.

Artigos relacionados

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Botão Voltar ao topo
0
Queremos saber sua opinião sobre a matériax