Câncer de mama é o que mais afeta mulher; acesso a mamógrafo é precário
Pelas estimativas do Instituto Nacional do Câncer, o Inca, mais de 66 mil novos casos de câncer de mama devem ser registrados em todo Brasil, por ano, até 2022.
Isso mantém a doença como o principal tipo de câncer que atinge a população feminina e, de acordo com o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), uma etapa essencial para o diagnóstico precoce e tratamento correto infelizmente não tem acesso facilitado.
Um estudo da CBR aponta que a oferta de equipamentos de mamografia pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, é de apenas 1,3 aparelho para cada 100 mil habitantes. E como ressalta o radiologista e diretor de Comunicação da entidade, Hilton Leão Filho, a mamografia é o único exame que comprovadamente reduz a mortalidade por causa da doença.
O estudo foi realizado em parceria com o Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP e apontou uma oferta de apenas 2.102 aparelhos de mamógrafo pelo SUS.
Eles estão distribuídos de maneira bastante desigual, com 847, no Sudeste, e apenas 145 na Região Nordeste. Os estados do Amapá, Acre e Maranhão são os que apresentam a menor disponibilidade de aparelhos por habitantes.
Já a Paraíba, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão no topo do ranking, mas com o máximo de 2,28 aparelhos a cada 100 mil pessoas. De acordo com o porta-voz do CBR, esses números não ajudam as mulheres a seguirem as recomendações.
Leão Filho admite que o exame pode causar desconforto, por causa da compressão sobre as mamas e acabar afastando muitas mulheres do rastreio anual. No entanto, acredita que isso é compensado pela segurança que o exame tem.
Hilton Leão Filho garante que as mulheres não precisam se preocupar com a radiação porque ela é pequena e localizada.