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Novos radares evidenciam colapso das contas públicas de Osasco

Editorial – O governo de Osasco decidiu ampliar a fiscalização com radares fotográficos ao longo de todas as principais vias da cidade. Mais de 20 novos equipamentos foram instalados nos últimos 15 dias, além das atualizações de dezenas de sistemas já em funcionamento.

Os equipamentos não terão sinalização prévia e foram instalados em locais de baixa visibilidade. A lei vigente permite esse tipo de atuação, porém várias cidades do Brasil optaram por manter os avisos horizontais e verticais por razões de segurança.

Um estudo da UFSCAR, de 2008, mostra que radares escondidos ou sem aviso aumentam o risco de acidentes e não possuem efetividade em conscientização;

Segundo o estudo, os motoristas identificam tardiamente os radares e reduzem bruscamente a velocidade, muitas vezes mesmo quando dentro dos limites aplicados nas vias, aumentando o número de colisões traseiras envolvendo outros veículos ou, em casos extremos, perda do controle ou estabilidade diante de buracos ou depressões nas pistas.

Outro risco iminente dessa estratégia é justamente nos semáforos. Diante de uma onda de crimes no município (saidinha de faculdades e shoppings, assaltos em série; ou mesmo a baixa luminosidade das vias e as placas de publicidade que impedem a visão lateral), a prefeitura de Osasco comprometeu ainda mais a segurança do motorista e dos passageiros.

Oficialmente, nenhum dado acerca de locais com radares fotográficos contra passagem irregular de semáforos foi elaborado, no entanto, é sabido em todas as delegacias da cidade que locais que possuem radares em semáforos possuem maior incidência de ataques aos carros durante o começo e final da noite.

Regiões como a Avenida Nova Granada, Av. Internacional, Av. Getúlio Vargas possuem altos índices de assaltos. Todas essas avenidas receberam novos radares fotográficos, tanto de velocidade quanto semafórica.

Em Curitiba, a prefeitura estabeleceu que apenas os locais onde estatisticamente acidentes derivados de alta velocidade deveriam ter os radares, sempre com avisos para conscientizar o motorista sobre os riscos. A estratégia deu certo, reduzindo o número de mortes e aumentando a segurança de motoristas, passageiros e pedestres.

Notadamente, Osasco priorizou a receita gerada pelas multas por uma questão bastante simples;

A atual estratégia do governo de Osasco é aumentar a arrecadação derivada das multas. Essa afirmação pode ser sustentada com a apresentação dos seguintes argumentos: Nenhum aviso foi instalado junto aos radares. Os locais de instalação são cercados de árvores, baixa luminosidade, postes e até placas de publicidade. Nenhum estudo foi elaborado e apresentado publicamente acerca dos locais onde seriam instalados os equipamentos.

São decisões como estas, em véspera eleitoral, que evidenciam um disparate; A redução das receitas do munícipio e os cortes incipientes no orçamento levaram Jorge Lapas a ter de levantar recursos –através da transposição- para tentar mais uma forma de equilibrar as contas públicas. No final do ano passado, quando sabidamente Osasco perderia recursos diante da retração econômica, a Secretaria de Comunicação, de Roberto Trapp, recebeu aportes da ordem de 13 milhões de reais, ou seja, quase 10 vezes mais que no ano anterior. Esses recursos foram alocados, em maior medida, para propagandas e publicidades em veículos de comunicação locais que acompanham a agenda do prefeito.

Portanto, apenas a verba direcionada para a propaganda da cidade de Osasco equivale a 9 Secretárias da Cultura e 10 do Meio Ambiente.

São números que evidenciam erros na gestão e que obrigaram o Prefeito a decidir, junto à Secretaria de Transportes, de João Góis, ter de instalar radares por toda a cidade numa tentativa de levantar mais uma quota-parte de recursos.

 

M.M.

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