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NÃO TEM ARREGO, PSDB

NÃO TEM ARREGO, PSDB.

 

 

 

Opinião do Marco Aurélio

 

Esperei uma semana para escrever sobre a vitória histórica dos trabalhadores paulistanos. Li muita coisa, vi muitas fotos e procurei absorver tudo.  Uma forma de amadurecer minhas reflexões sobre a luta desses operários da cidade de São Paulo.

Quando eu voltava da Assembleia dos Professores, na penúltima semana do movimento, no metrô Anhangabaú vivi uma cena de arrepiar. Centenas de professores que também voltavam da Assembleia, mais os habituais passageiros, gritavam em coro: Não tem arrego. Foi lindo, ver uma manifestação espontânea como aquela.  

Na última Assembleia, dia 27 de março, mais de cem mil servidores se emocionaram quando a ex-prefeita Luiza Erundina disse que não estava em frente à Câmara como deputada, mas como assistente social aposentada. Muitos chegaram às lágrimas, inclusive eu. Depois ainda falaram Ivan Valente e Eduardo Suplicy.

Pra quem ainda não entendeu a importância dessa greve, reproduzo uma frase de Ivan Valente: “vocês, em São Paulo, estão mostrando para o Brasil como é fazer história”, através de uma greve que não permite que se retire direitos consagrados aos servidores públicos do país.

Confesso que há tempos não via um movimento tão lindo. Acho que o último foi o Movimento pelas Eleições Diretas em 1984. Todas as Assembleias ocuparam as ruas centrais de São Paulo, com mais de cem mil pessoas. E o foco do movimento era derrotar uma proposta irresponsável de um prefeito igual. Numa demonstração que a democracia está além dos parlamentos, está nas ruas, nas casas e no coração das pessoas. Chamamos isso de cidadania participativa.

O VELHO CENTRÃO, SEMPRE CONSPIRANDO CONTRA O POVO

Li hoje no Estadão que o Centrão vem ganhando força no balcão de troca de partidos. PP. PSD, PR, PSL, DEM, PODEMOS E PROS. Esse é um retrato que revela como a velha política vem desmontando as conquistas populares a partir da Constituição de 1988. Depois do reconhecido Golpe de 2016, nossos parlamentos vêm tentando destruir conquistas. Foi assim na Reforma Trabalhista, nas opções por ações de privatização e na venda do patrimônio nacional como a Eletrobrás, a Embraer e o Aquífero Guarani, por exemplo.

Por fim, a escolha do candidato do PSDB para o Governo Estadual de SP mostra no que se transformou um partido que tem em seu nome as palavras Social Democracia. Assumiu “sem medo” o viés de uma direita regressiva, saudosa da Ditadura Militar e do Consenso de Washington, a teoria neoliberal que não deu certo.

A mais nova “novidade” é a privatização das escolas estaduais, feita às escondidas, através do chamado projeto CIS, feito de forma silenciosa e sem a participação da sociedade, como tudo que o Governo Estadual faz, No projeto, escolas públicas inteiras serão repassadas para empresas privadas, depois de “conselhos” do Banco Mundial e BID, os mesmos que defendiam o Consenso de Washington em décadas passadas.

Enquanto isso, nossa esquerda permanece lutando por mais conquistas, mais democracia, mais participação e mais inclusão, num país marcado pela injustiça social e pela miséria dos trabalhadores há séculos.

 

Marco Aurélio Rodrigues Freitas é historiador, biomédico, jornalista e professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Escreve todas as semanas no site Planeta Osasco.    

 

 

 

 

 

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Marco Aurélio

Marco Aurélio Rodrigues Freitas, Jornalista, Biomédico, Historiador e Professor das redes municipal e estadual de São Paulo. Crônicas no Planeta Osasco.

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