Com São João sem festas populares, grupos buscam soluções criativas
Junho é mês de São João. Porém, pelo segundo ano consecutivo, as festas juninas foram suspensas por causa da pandemia. Com isso, os nove estados do Nordeste devem deixar de movimentar cerca de R$ 1,5 bilhão e meio, segundo cálculo informado pelo Ministério do Turismo.
Além, claro, da incalculável perda emocional para milhões de brasileiros que amam o São João. O presidente da Fundação Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, Marcelo Canuto, explica que a não realização das festas juninas provocam perdas na cadeia econômica do turismo, de serviços, transporte e no movimento cultural.
O governo do Estado de Pernambuco enviou projeto de lei para a assembleia legislativa com uma proposta de auxílio emergencial para os grupos e artistas contratados pelo estado no São João de 2018 ou 2019, com valores que variam de R$3 mil a R$15 mil. A expectativa é alcançar 500 grupos e cerca de 5 mil pessoas.
Na Bahia, a União dos Prefeitos do Estado pediu ajuda à Bahia Tur, a Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado, para que invista em lives neste São João, que são aquelas apresentações on-line.
No Distrito Federal, onde boa parte da população é de origem nordestina, as festas juninas também têm força. Além de lives e apresentações em teatros, a Liga Independente de Quadrilhas Juninas local está buscando financiamento para fazer uma festa estilo drive-in, com o público protegido dentro dos carros. O quadrilheiro Patrese Mendes disse que os grupos estão se reinventando e buscando formas seguras de se apresentar..
O integrante da quadrilha Formiga da Roça, que já tem 25 anos de história, defende que a cultura junina deve se manter de alguma forma acesa neste ano. “Essa história tem peso e representa a história do nordeste do país,” destaca.
Já em Campina Grande, na Paraíba, considerado o maior São João do Mundo, a prefeitura vai fazer parceria com a iniciativa privada e promover uma super live em homenagem à Dominguinhos, com cerca de 40 artistas, no dia 17 de junho, data que marca os oito anos da morte de um dos mais populares sanfoneiros do país.