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Bolsa de Valores promove evento de apoio à igualdade de gênero

A B3 (Bolsa de Valores do Brasil) realizou hoje (9) mais uma edição do Ring the Bell for Gender Equality (Toque a Campainha em Apoio à Igualdade de Gênero). O evento é uma parceria da Organização das Nações Unidas (ONU), da International Finance Corporation (Corporação Financeira Internacional), Women in ETFs e World Federation of Exchanges (Federação Mundial de Bolsas de Valores).
No início do evento, o presidente da B3, Gilson Finkelsztain, afirmou que a iniciativa deve procurar evoluir para o estabelecimento de um índice que possibilite a mensuração da participação feminina no mercado de ações. “É uma forma de tangibilizar a igualdade de gênero como vetor de mudança”, disse Finkelsztain.
O evento contou com dois painéis, em que especialistas relataram como as instituições em que trabalham têm contribuído para o empoderamento econômico de mulheres. No primeiro painel, uma das sócias da Oliver Wyman, Ana Carla Abrão, disse que a empresa de consultoria optou pela fixação de metas que ajudam a verificar se as funcionárias estão tendo as mesmas oportunidades de ascensão que os colegas homens. O plano é acompanhado pela direção da empresa.
Segundo a economista, uma das deliberações da direção foi definir políticas de retenção de talentos femininos. Para Ana Carla, a decisão é especialmente benéfica no âmbito da média gerência. Também são encarados como pontos importantes a licença-maternidade, a licença-paternidade e práticas como o home office (trabalho em casa).
Ana Carla disse que começou a perceber a discriminação com base em gênero nas relações profissionais há pouco tempo e que este é, atualmente, um aspecto para o qual “a sociedade está muito mais permeável”. O discernimento surgiu quando ela começou a rememorar episódios que viveu e que a tornaram “muito mais atenta” para a necessidade de combatê-los. “O que me levou a me engajar foi justamente esse fato de ter revisitado a minha vida e visto quantas vezes eu sofri o preconceito e quantas vezes foi mais difícil para mim do que para um homem.”
A economista lembrou de ter participado de reuniões ao lado de um consultor e de ter sido, sistematicamente, ignorada o tempo todo. “Para mim, a essa altura da vida, isso incomoda, mas imagina para uma jovem que está entregando um projeto a um cliente e se vê preterida porque do lado tem um colega homem. Hoje a gente tem códigos de conduta, códigos de reação e conversa com o cliente quando percebe algum tipo de preconceito.”
No banco Citi Brasil, garantir uma presença mínima de mulheres na equipe de recrutamento e entre os candidatos às vagas oferecidas são alguns dos mecanismos adotados. “A gente não quer facilitar a carreira, quer dar as mesmas condições de igualdade”, afirmou o representante da instituição no evento, o diretor Marcelo Marangon.
Marangon relembrou a vez em que participou do programa de mentoria reversa do banco, que acontece regularmente e consiste em inverter os papéis reservados a cada um pela hierarquia. Desse modo, durante um determinado período, os funcionários ficam desenvolvendo suas atividades com uma troca de comandos. “Eu fui mentorado por uma mulher superjovem, fantástica, que já me colocou no eixo nos primeiros 15 minutos”, brincou, referindo-se ao modo como a colega destacou, com uma assertividade que o surpreendeu, que, naquele momento, era ela quem iria dar retorno sobre o desempenho dele, e não o contrário.
O diretor do Citi Brasil observou ainda que, em geral, as mulheres se cobram muito mais do que os homens e que, por isso, os dirigentes das instituições devem estimulá-las a desenvolver a autoconfiança.
Um levantamento feito pelo banco demonstrou que os homens, mesmo quando claramente não têm currículo adequado para certa posição profissional tendem a acreditar que estão devidamente qualificados. Diferentemente deles, as mulheres rebaixam-se, pois não sentem que são páreo e que têm chances de concorrer com os demais candidatos. Por isso, disse Marangon, elevar a autoestima das mulheres é um passo bastante relevante.

Para Nina Silva, a idealizadora do hub de inovação Black Money, que visa propiciar a pessoas negras mais autonomia econômica, a opressão às mulheres se agrava e frequentemente toma outra proporção, quando lidam também com a segregação étnicorracial. Autoridade na área de fintechs, que são startups com foco em inovação e otimização de serviços do sistema financeiro, Nina destacou que sempre é chamada para dar palestras em eventos e que, geralmente, é a única mulher negra presente. Ela contou que, algumas vezes, teve de recusar o convite, já que parte dos organizadores não oferece pagamento a ela pelo serviço.
A falta de representatividade constatada por Nina em empresas também é encontrada no mercado financeiro. O motivo é muito claro: “quando a gente está falando desses números [que comprovam a baixa representatividade de minorias sociais, como mulheres e negros], está falando de poder. E poder, vocês sabem, ninguém cede”, afirmou Nina. Ela acrescentou que o mercado continua marginalizando grupos que já se encontram socialmente inferiorizados.
De acordo com um estudo da consultoria McKinsey, citado pela ONU, a igualdade de gênero entre mulheres e homens no âmbito profissional geraria um acréscimo de US$ 28 trilhões na economia mundial até 2025. O valor equivale a 26% do Produto Interno Bruto (PIB) global. O PIB é a somade todos os bens e serviços produzidos por um país.

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