Imigrantes haitianos entram em confronto com Exército peruano
A situação em Assis Brasil, no Acre, ficou tensa nesta terça-feira. Cerca de 400 imigrantes, a maioria haitianos, que estavam acampados na Ponte da Integração, desde domingo, na fronteira com o Peru, resolveram forçar a entrada no país vizinho.
Eles estavam impedidos de passar para o lado peruano em razão da pandemia, já que a fronteira está fechada desde março do ano passado.Segundo o prefeito do município acriano, Jerry Correia, os imigrantes furaram o bloqueio feito pelo Exército do Peru.Mas o grupo foi expulso pelo Exército peruano e retornou a cidade de Assis Brasil. O prefeito conta que muitas pessoas ficaram feridas. Os imigrantes estão em abrigos preparados pela prefeitura, onde vão receber alimentos e assistência.Jerry Correia conta que participou de uma reunião virtual, na tarde desta terça-feira (16), junto com parlamentares da Bancada do Acre, representantes do governo estadual, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo e o embaixador do Brasil no Peru, Rodrigo Baena.O prefeito solicitou a volta das Forças Armadas na fronteira, que deixaram o local em novembro. Também pediu prioridade em relação a crise migratória na cidade que está, inclusive, em estado de calamidade por causa da presença dos estrangeiros e da pandemia da Covid-19.O prefeito de Assis Brasil relatou ainda que muitos desses imigrantes passam pelo país e pelo vizinho Peru com o objetivo de chegar ao México e aos Estados Unidos.
Em nota, o Itamaraty informou que, em função do agravamento da pandemia do novo coronavírus, as fronteiras terrestres do Peru encontram-se fechadas para o ingresso de estrangeiros não residentes, por decreto daquele país. Também declarou que tem mantido contato com as autoridades peruanas sobre o tema, nos mais diferentes níveis, as quais têm reafirmado a situação de fechamento fronteiriço no contexto da crise sanitária.Também por meio de nota, a embaixada do Peru no Brasil disse que, assim que soube da situação na fronteira, entrou em contato com Ministério das Relações Exteriores para demonstrar preocupação e acompanhar os acontecimentos. A embaixada afirmou ainda que trabalha junto com o Itamaraty para normalizar o fluxo de pessoas na região e agradeceu o apoio do governo brasileiro diante da situação.
