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Protagonistas no combate à covid-19, mulheres são as mais atingidas

Shirles Miquellinni tem 37 anos, é fisioterapeuta, atende pacientes com covid-19 na UTI de um hospital em Brasília, fora do hospital atende pacientes particulares, é casada, tem 3 filhos e uma rotina que parece um turbilhão, mas que ela mal se dá conta.
Shirles faz parte de uma realidade que coloca as mulheres, especialmente as brasileiras, no epicentro da pandemia.
A maioria dos profissionais de saúde que atende pacientes com covid-19 em todo o mundo é formada por mulheres.
Elas representam pouco menos da metade dos médicos, 46%, 85% das equipes de enfermagem e 85% dos cuidadores de idosos.
Para a diretora da Organização Panamericana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, as mulheres estão no coração da pandemia.
Sonora: “Elas estão trabalhando e, ao mesmo tempo, estão cuidando de suas casas, suas famílias. Muitas vezes são elas que garantem o sustento das famílias. E também estão na linha de frente dessa pandemia. Na América Latina, nove de cada 10 enfermeiros são mulheres. Isso quer dizer que as mulheres estão no coração da pandemia e muitas delas também foram infectadas, ficaram doentes e também morreram.
Se algumas mulheres precisam enfrentar o vírus de frente e ainda lidar com jornadas triplas, outras ficaram sem renda.
Claudia di Silvério sustentava os cinco filhos cuidando de nove crianças em sua casa, em Paraisópolis, na capital paulista. Mas as mães dessas crianças, a maioria empregadas domésticas, também perderam o emprego e Claudia passou a depender de doações. Agora tenta uma vaga em uma padaria.
O desemprego é efeito colateral da pandemia que também atinge mais as mulheres. Segundo o Caged, entre junho e novembro do ano passado, período em que a covid-19 parecia perder força, foram abertas mais de 309 mil vagas de trabalho em todo o país para homens.
Para as mulheres o saldo foi negativo. Foram fechadas mais de 82 mil vagas. Entre as negras, o cenário é pior.
Segundo o Dieese, em fevereiro praticamente 20% das mulheres delas estavam desempregadas. Entre as trabalhadoras domésticas, 1 milhão e 600 mil perderam o emprego.
É nesse cenário que Tania Fontenele, do Instituto de Pesquisa Aplicada da Mulher, alerta para o nível de estresse em que essas mulheres passaram a viver.
Sem trabalho, sob estresse e confinadas em casa, algumas com os agressores. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ao mesmo tempo que o número de denúncias de violência doméstica caiu mais de 27%, em 12 estados no primeiro semestre do ano passado, o número de feminicídios aumentou 2,2%.

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