Reabertura de bares no Rio tem aglomerações sem máscara e deboche de clientes nas redes sociais
No primeiro dia de reabertura de bares e restaurantes na cidade do Rio de Janeiro, a aglomeração causada em um bar, no Leblon, na zona sul da cidade, ganhou repercussão nas redes sociais.
Os próprios frequentadores filmaram o grande movimento, inclusive tomando parte da rua. Em algumas postagens, os autores ridicularizaram as medidas de isolamento praticadas até o momento, apesar das mais de 10 mil mortes em função do coronavírus no Rio. Em um dos vídeos postados, o autor comemora a liberação com palavrões.
Em outro vídeo, uma frequentadora ironiza o fato de as pessoas estarem sem máscaras e muito próximas.
Apenas os garçons do bar são vistos de máscaras nas postagens. A reabertura desses estabelecimentos está permitida na cidade nesta fase de flexibilização chamada pela prefeitura de 3A, com regras como o distanciamento entre as mesas e metade da capacidade apenas até as 23 horas.
Em nota, a prefeitura do Rio de Janeiro informou que nessa quinta-feira, primeiro dia da liberação, a guarda municipal percorreu diversos bairros da cidade durante a noite. Diante da constatação da aglomeração no Leblon, os agentes determinaram o fechamento de diversos bares.
Segundo a nota, os estabelecimentos estavam respeitando os protocolos de segurança sanitária, como o distanciamento entre as mesas, o uso de máscaras e higienização disponível aos clientes, mas que, devido à aglomeração na rua, foram orientados a fechar as portas.
O Ministério Público e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro movem uma ação para que o governo do estado e a prefeitura apresentem os estudos técnicos que comprovem a possibilidade de flexibilização das medidas de isolamento neste momento de pandemia. A ação pede a suspensão dos decretos de retomada das atividades até que sejam apresentados os argumentos técnico-científicos.
O Ministério Público e a Defensoria argumentam que a flexibilização das medidas de isolamento social tem potencial lesivo aos interesses da população e à saúde pública, com a possibilidade de um expressivo aumento do risco de contaminação pelo novo coronavírus.
Nessa quinta-feira o Ministério Público fez também uma recomendação à prefeitura do Rio para que apresente, em um prazo de 15 dias, um plano de ação para retomada das atividades presenciais nas creches e escolas municipais e privadas.
A medida foi tomada depois que o prefeito Marcelo Crivella anunciou a previsão de retorno das aulas para agosto. Na recomendação, o MP reitera, no entanto, que estudo da Fundação Oswaldo Cruz não recomenda a reabertura das creches e escolas nesse momento.