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Rio: vacinômetro indica menos de 70% dos idosos com a primeira dose

O número de idosos que receberam a primeira dose de uma das vacinas contra covid-19 no estado do Rio de Janeiro ainda representa menos que 70% do público-alvo estimado, revela o vacinômetro mantido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES). Entre mais de 3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais que podiam ser imunizadas, o painel de dados mostra que cerca de 2 milhões receberam a primeira dose de uma das vacinas até ontem (20).
Procurada pela Agência Brasil, a SES explicou que os municípios têm atrasado a transmissão das informações ao estado, o que tem causado baixa notificação das doses aplicadas. “As imunizações estão ocorrendo, mas não é possível observar esses números por meio dos dados que as cidades disponibilizam”, afirma a secretaria.
Segundo dados atualizados no vacinômetro, até ontem (20), o estado do Rio de Janeiro aplicou a primeira dose em 2.085.938 de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa 69% da população estimada nessa faixa etária no Plano de Contigência para Vacinação contra Covid-19. Já a segunda dose foi aplicada em 1.129.719, o que representa cerca de 37% da população de idosos.
Conforme o painel, os maiores percentuais de vacinação estão na faixa entre 80 e 89 anos, com 95% para a primeira dose e 58% para a segunda dose. Por outro lado, de acordo com o vacinômetro mantido pela SES, apenas um quarto dos idosos com 90 anos ou mais receberam a primeira dose, e somente 15%, a segunda.
Vacinada por último entre os idosos, a faixa etária de 60 a 64 anos atingiu cobertura de 58% para a primeira dose e de 6% para a segunda dose, cujo prazo de aplicação pode ser de até três meses após a primeira, no caso das vacinas Oxford/AstraZeneca e Pzifer/BioNTech.
Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri explica que o problema da falta de notificação das doses aplicadas mencionado pela SES é histórico e se estende a outras informações de saúde que os municípios deveriam transmitir com agilidade aos estados e ao Ministério da Saúde. 
“Muitos municípios não têm internet para fazer o registro online e muitos não têm profissionais suficientes, de modo que o funcionário, ou vacina, ou registra”, diz Kfouri. “Este é um fenômeno histórico do nosso Programa Nacional de Imunizações. Não temos registros dos dados vacinais em tempo real.”

Apesar disso, Kfouri lembra que a imunização de adultos é outro desafio para o PNI, já que as coberturas vacinais para essa população não costumam passar de 40%. “Quando falamos de idosos, grupos de risco e do cenário pandêmico, isso minimiza essas perdas, mas não é uma garantia [de] que vacinaremos com elevadíssimas coberturas a todos.”
O médico destaca que países mais avançados no calendário de vacinação contra covid-19, como Reino Unido, Israel e Estados Unidos, têm tido dificuldade para vacinar adultos jovens e saudáveis. “A meu ver, chegaremos ao final do ano vacinando toda a população brasileira, não porque teremos vacinas para todos, mas porque as coberturas não serão boas”, afirma Kfuri, reforçando que dados já indicam que a vacinação têm reduzido o número de mortes entre os grupos imunizados, na comparação com o total da população. “Essa redução será tão maior quanto maior for a cobertura vacinal.”

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