Rio: Polícia ouve depoimentos de familiares de mulher morta no Lins
A Polícia Civil do Rio de Janeiro ouviu, nesta sexta-feira (11), familiares da designer de interiores Kathlen de Oliveira Romeu, morta no último dia 8, após ser atingida por disparo durante um confronto entre policiais militares e traficantes, no complexo do Lins, na zona norte carioca. Kathlen, de 24 anos, que estava grávida de cerca de quatro meses, foi atingida por um tiro no tórax. Ela chegou a ser levada para o Hospital Municipal Salgado Filho, mas não resistiu ao ferimento.
A Polícia tenta esclarecer de onde partiu o disparo. A mãe de Kathlen, Jackelline Lopes; o pai, Luciano Gonçalves, e a avó Sayonara Fátima, chegaram pouco depois das 10 horas, na Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, unidade responsável por investigar o caso. Marcelo Ramos, namorado e pai da criança que ela esperava, também deve prestar depoimento.
A morte da jovem grávida desencadeou protestos e gerou comoção nas redes sociais. Lúcia Xavier, coordenadora da ONG Criola, que atua na defesa dos direitos das mulheres negras, disse que o caso obriga a sociedade a uma reflexão urgente sobre a mortalidade da população negra no país.
Os 12 policiais militares envolvidos na ação que resultou na morte de Kathlen foram afastados do serviço nas ruas. Eles devem aguardar a conclusão do inquérito cumprindo funções administrativas.
Paralelo às investigações da Polícia Civil, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora instaurou um inquérito próprio. A PM alega que os policiais faziam patrulhamento de rotina, quando foram atacados a tiros por traficantes, na localidade conhecida como Beco da 14. Nenhum suspeito foi preso na ação.
O Ministério Público do Estado também instaurou um procedimento independente para apurar a morte de Kathlen Romeu.