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“Criança tem remédio?” é tema do programa Caminhos da Reportagem

Desde 2015, o Brasil é o segundo maior consumidor de metilfenidato no mundo. Dados do Ministério da Saúde mostram um aumento de 775% no consumo da Ritalina – nome comercial da substância – nos últimos dez anos. Os números são alarmantes e têm gerado discussões em torno do tema, principalmente por causa da prescrição para crianças e adolescentes, fenômeno conhecido como medicalização infantil. Para o pediatra Daniel Becker, esse é, sem dúvida, o capítulo mais perverso dessa tendência. O aumento vem paralelamente a um “fenômeno mais global, mais amplo, que é a medicalização da vida”, diz.
Mas por que tantas crianças, que não foram diagnosticadas com transtornos cognitivos, estão sendo medicadas com remédios de tarja preta? Essas drogas, além dos efeitos colaterais e das contraindicações, podem causar dependência? Alguns especialistas defendem que é preciso repensar o modo de vida atual, especialmente a família. Pais mais ausentes pela intensa rotina de trabalho e o uso intensivo da tecnologia por crianças e adolescentes podem estar ligados ao aumento do uso de substâncias psicotrópicas, que alteram o sistema nervoso central do paciente .
A psicopedagoga e autora de dois livros sobre educação infantil, Isa Minatel, acredita que é possível reverter o fenômeno da medicalização a partir de maior conhecimento do papel dos pais dentro de casa: “a gente tem um sem-fim de crianças medicalizadas com diagnósticos equivocados, que é por falta de gestão do temperamento dessa criança, por não entender o cérebro, o desenvolvimento infantil.”
Outro ator importante é a escola. Médicos e profissionais são unânimes: educadores têm papel fundamental na compreensão da criança do mundo atual. Para a psicóloga Marilene Proença de Souza, integrante do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, é preciso “entender essa relação que se estabelece entre estudantes, professores, método de ensino, organização da escola e comunidade para que a gente possa, ao entender essas relações, ver onde estão as dificuldades”.

Edição: Graça Adjuto

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