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Especialistas, professores e governos têm divergências sobre volta às aulas presenciais no Rio

A data para o retorno às aulas presenciais na cidade do Rio de Janeiro já foi estabelecida: 3 de agosto. Mas ainda há dissenso entre especialistas, professores e com o governo do estado, que renovou a proibição das atividades presenciais pelo menos até o dia 5, e divide com a prefeitura a competência sobre a educação básica.
O protocolo do poder municipal permitiu uma volta escalonada, mas apenas das escolas particulares, que têm autonomia para dar a palavra final, assim como as famílias. As outras séries serão decididas a partir desta primeira experiência.
Já para as escolas públicas ainda há um longo caminho de discussão até a retomada das atividades em sala.
A diretora do Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio, Célia Maria Guimarães, que também preside a Associação Brasileira de Educação Infantil, defende a volta, inclusive para as crianças menores.
Para o retorno, as escolas terão que garantir que os alunos fiquem a pelo menos dois metros de distância um dos outros, usem máscara o tempo inteiro e higienizem as mãos periodicamente. Mesmo assim, dois estudos da Fundação Oswaldo Cruz divulgados nos últimos dias concluíram que ainda não é hora de voltar.

Um deles aponta que podem ocorrer cerca de 3 mil novas mortes por coronavírus no estado do Rio com a volta às aulas, considerando as pessoas que fazem parte dos grupos de risco e que moram com crianças e adolescentes em idade escolar.

Outro estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, defende que sem testagem maciça e monitoramento dos casos, não há segurança para esse retorno. O diretor da escola, Hermano Castro, lembra ainda que as medidas sanitárias são eficazes, mas não a toda prova, e que não é apenas a vida dos familiares que está em jogo.
O Sindicato dos Professores do município do Rio se baseia em avaliações como as da Fiocruz para se opor ao retorno das aulas em agosto. Uma assembleia marcada para o dia 1 vai discutir a liberação da prefeitura e pode confirmar uma greve das aulas presenciais.
A delegada sindical Maria Eduarda Queiroga diz que, além do risco de contágio, os professores podem sofrer com excesso de carga horária, lecionando tanto no ensino presencial quanto no remoto, além de ganharem uma difícil atribuição.
Mesmo com o impasse entre os governos municipal e estadual, as famílias já discutem o que fazer se o retorno for confirmado. A advogada Carolina de Medeiros de Moura tem dúvidas, mas decidiu confiar nas medidas anunciadas pela escola onde o filho cursa o 4º ano.
O contato social também pesou para que a nutricionista Ana Paula Bucar Cervasio decidisse que a filha, que está no 5 ano, deve voltar à escola, apesar de ponderar o impacto na cidade.
E mesmo famílias que não serão incluídas neste primeiro momento já se preocupam com o retorno. O filho da jornalista Cátia Guimarães estuda no terceiro ano em uma escola municipal, e ela diz que não pretende encaminhá-lo a escola antes do controle da pandemia, mesmo reconhecendo que as aulas remotas na rede pública estão muito aquém do ideal.
Mas tudo ainda depende da resolução do impasse entre a Prefeitura e o Governo do Estado. A Secretaria Estadual de Educação defende que detém a responsabilidade pela retomada das aulas nas escolas da rede privada, e que o retorno presencial só ocorrerá quando o estado estiver em bandeira verde de contágio. Já a Prefeitura argumenta que os municípios têm autonomia para definir medidas conforme as suas realidades.

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