O governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, decidiu prorrogar até o dia 11 de maio as medidas restritivas e de isolamento social no estado para tentar conter o contágio pelo coronavírus. A decisão foi publicada no Diário Oficial nesta quinta-feira (30). Com a decisão, apenas os serviços considerados essenciais continuam liberados para funcionar.
Estão mantidas a suspensão das atividades escolares, de todos os tipos de eventos e a orientação para que a população não frequente praias e outros espaços públicos. A prefeitura do Rio também anunciou a prorrogação das medidas restritivas até o dia 15 de maio.
As declarações dadas pelo governador Witzel e o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, à imprensa nos últimos dias, no entanto, indicam que as restrições podem ser ainda mais severas, caso a projeção de casos e aumento de demanda por internação se confirmem. O secretário chegou a mencionar a possibilidade de lockdown, que é o bloqueio total de circulação, com fechamento dos limites entre cidades e divisas do Rio de Janeiro com outros estados.
Diante da possibilidade de os números reais de contaminados pelo novo coronavírus serem até 15 vezes maiores do que os oficiais, o secretário de Saúde tem projetado uma necessidade de 21 mil leitos no estado para as próximas duas semanas, sendo 7 mil de UTI. A criação de vagas no entanto, não deve chegar nem perto desse número.
De acordo com os dados oficiais disponíveis, mesmo contabilizando os leitos das esferas municipal e federal, o total de vagas deve chegar a 3.400. Considerando a subnotificação, o Rio de Janeiro tem cerca de 140 mil infectados e a conta feita pelo próprio secretário baseada na realidade dos outros países é que cerca de 30% dos pacientes necessitem de internação.
O governo do estado foi procurado para falar sobre a possibilidade do lockdown, mas respondeu apenas que prorrogou as medidas restritivas até 11 de maio. Oficialmente, o ultimo balanço indica 8.869 contaminados pela Covid-19 no Rio e 794 mortos.
O retrato desta quinta-feira das unidades de saúde segundo a Secretaria Estadual de Saúde é de uma ocupação de 74% em leitos de enfermaria e 85% em UTI. Há pouco mais de duas semanas, as taxas eram de 41% e 63%, respectivamente. No total, em toda a rede pública, 333 pacientes com suspeita ou confirmação de coronavírus aguardam transferência para UTIs.
