Destaques

Mulheres na ciência: os desafios da infância ao ambiente acadêmico

Quando falamos em mulheres ligadas à ciência, lembramos de nomes como Marie Curie – Nobel nas áreas de química e física, ou das cientistas brasileiras Carolina Bori ou Berta Lutz. Apesar de nomes expressivos, a quantidade de mulheres na ciência ainda é considerada desigual.
Ouça na Rádio Nacional:

Segundo o Escritório das Nações Unidas para o Espaço Exterior (Unoosa), em se tratando de pesquisas sobre ciência, tecnologia, engenharias e matemática, as mulheres representam 28,8% desta força de trabalho no mundo, enquanto os homens – 72,2%.
A gerente de Programas da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres, Ana Carolina Querino, atribui esta disparidade a um fenômeno mundial. Segundo ela, as desigualdades começam na primeira infância, mas continuam a ser desafio na vida adulta.

“A questão das mulheres serem as principais responsabilizadas pelas tarefas de cuidados vai promovendo interrupções e quebras na trajetória acadêmica das mulheres”, diz Ana Carolina Querino.

A dupla jornada de trabalho é apontada também em um estudo do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) como uma das principais causas para o afastamento da mulher da carreira científica.
Para a professora do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Carolina Brito, a dupla jornada é apenas um dos pontos do chamado efeito tesoura.Além deste, ela aponta o preconceito em relação a atuação profissional das mulheres e ‘’entraves no meio acadêmico que fazem a mulher achar que a área científica não é para ela’’, diz.
‘’Quanto mais diversidade – mais qualidade e mais excelência na área’’, diz Carolina Brito, que é coordenadora do projeto Meninas na Ciência no campus gaúcho.
No Brasil, levantamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPQ) aponta diminuição da presença feminina à medida que os estudos avançam. Segundo o CNPQ, em 2020, as mulheres representam 58% do total de bolsas da iniciação científica (para graduação) e cai para 35% do total de bolsas de Produtividade em Pesquisa, considerada uma das categorias mais altas.
Quando o assunto é o espaço, a astronomia, a representatividade das mulheres é ainda menor, de acordo com a Unoosa. São 20% de mulheres e 80% de homens ligados a esta força de trabalho.
Para a astrônoma porto-riquenha, pesquisadora do Observatório do Valongo, no Rio de Janeiro, Kárin Menéndez-Delmestre, estes números podem ser mudados com atenção especial às crianças e adolescentes em formação escolar.
Segundo ela, está dentro da escola, no apoio e orientação dos professores uma das soluções para incentivar a participação das mulheres em áreas científicas.
A gerente da ONU Mulheres acredita que mudar este cenário depende de integração entre governo, iniciativa privada e escolas.

Concorra a prêmios surpresas ao fazer parte de nossa newsletter GRATUITA!

Quando você se inscreve na nossa newsletter participa de todos os futuros sorteios (dos mais variados parceiros comerciais) do PlanetaOsasco. Seus dados não serão vendidos para terceiros.

PlanetaOsasco.com

planeta

O PlanetaOsasco existe desde 2008 e é o primeiro portal noticioso da história da cidade. É independente e aceita contribuições dos moradores de Osasco.

Artigos relacionados

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Botão Voltar ao topo
0
Queremos saber sua opinião sobre a matériax