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Polícia Civil e Defensoria pedem colaboração de testemunhas de ação policial em Paraisópolis

O governador de São Paulo, João Dória, do PSDB, disse que ficou chocado com a imagem de um vídeo que mostra policiais militares agredindo indiscriminadamente moradores de Paraisópolis e prometeu mudar o protocolo de ação da polícia.
“Eu mesmo fiquei muito chocado quando vi as imagens onde um policial militar agredia jovens que estavam saindo não sei de uma sala, de uma área, desnecessariamente, gratuitamente. Revisar protocolos, revisar treinamentos e comandos para que nenhum policial militar haja dessa maneira”.
A declaração marca um recuo do governador, que até então vinha falando em não fazer mudanças na política de segurança pública do estado. O vídeo que chocou Dória foi gravado pelo menos um mês antes da ação policial, em um baile funk, que resultou na morte de nove jovens. 
Já a DHPP, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, pediu a ajuda de líderes comunitários de Paraisópolis para que testemunhas forneçam informações e vídeos que ajudem a explicar o que aconteceu na madrugada do dia primeiro de dezembro.
As informações são consideradas importantes para o inquérito que pode apontar os responsáveis pela ação que terminou com a morte de nove jovens.
A Defensoria Pública montou um plantão no CEU, o Centro Educacional Unificado de Paraisópolis, para ouvir relatos de vítimas e testemunhas.
Mas, até o final da tarde dessa quinta-feira, apenas 10 pessoas tinham ido ao complexo escolar, que fica nas imediações da favela.
Daniela Trettel, defensora pública do Núcleo de Direitos Humanos, acha que as pessoas estão com receio de falar, e garante o anonimato de quem fizer a denúncia. 
“Eu acredito que há pessoas que têm medo de falar. Mas o que as pessoas precisam saber é que a Defensoria Pública é uma entidade autônoma, somos pessoas concursadas, temos completa autonomia em relação às demais estruturas do Estado. E aquilo que nos é contado nós podemos levar à polícia, colher as informações, ajudar essas pessoas sem necessariamente que elas se identifiquem”.
O presidente da União de Moradores de Paraisópolis, Gilson Rodrigues, acha que o medo é real, e que o lugar onde foi instalado o plantão da Defensoria não ajuda.
“A situação ainda está muito quente, o clima ainda está tenso, e o CEU parece um espaço neutro, mas não é. É um espaço institucional, e a imprensa estava acompanhando, então quem entrou e saiu a imprensa viu. O espaço é grandão, um pátio enorme, todo mundo está vendo aquilo. Então as pessoas não têm segurança de ir lá falar com a Defensoria”.
O plantão está previsto para terminar às 19h dessa sexta-feira, mas pode ser ampliado e mudar de local.

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