Destaques

Anvisa nega por unanimidade o pedido para importar a vacina Sputnik V

Foram vários os argumentos da Anvisa para negar por unanimidade o pedido dos estados para importar a Sputnik V, desenvolvida pelo instituto Gamaleya, da Rússia.
A agência reguladora entendeu, por exemplo, que essa vacina pode trazer riscos à saúde. Uma falha de segurança, na verdade. É que um grupo de vírus que tem na vacina, chamado adenovírus, que é responsável por produzir uma resposta imune nas pessoas se mostrou capaz de se reproduzir. E aí, poderia causar doenças, se acumular, por exemplo, nos rins, segundo a explicação dos técnicos da Anvisa, na reunião de ontem.
Outro argumento foi o de falhas e pendências na documentação apresentada pelo fabricante. Os diretores falaram, inclusive, de falta de informações conclusivas sobre eventos adversos. De acordo com o painel de análises da Anvisa, 15% dos documentos não foram apresentados e 63% estão incompletos.
Inclusive, na semana passada, duas equipes da Anvisa estiveram na Rússia para verificar o cumprimento de boas práticas de fabricação em duas empresas que produzem a Sputnik V. Os diretores classificaram a visita como “frustrante”. Isso porque, apesar de terem sido convidados pelo governo russo, os técnicos brasileiros Não tiveram acesso ao local onde é produzida a matéria-prima da Sputnik V e não conseguiram descobrir onde seria fabricada a vacina que viria para o Brasil.
Os diretores negaram esse pedido de importação, mas reafirmaram que a decisão foi tomada com base na ciência, em critérios técnicos, como explicou o diretor-relator Alex Campos.
Essa decisão veio dentro do prazo estipulado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowiski, que já tinha decidido que se a Anvisa não batesse o martelo em 30 dias, a vacina poderia sim, ser importada.
A gente lembra aqui que a Sputnik V foi a primeira vacina a ser registrada, em agosto do ano passado. Ela deve ser aplicada em duas doses, com intervalo de três semanas. Os primeiros estudos, em dezembro, mostrou uma eficácia de 91,6%. Neste mês, o Instituto Gamaleya informou que, após analisar 4 milhões de vacinados, a eficácia é de 97,6%.
O Gamaleya não forneceu à Anvisa os dados dessa pesquisa e afirmou que 61 países já negociaram com a Rússia. A Anvisa procurou esses países e descobriu que em 23 desses a vacina ainda não começou a ser usada. Entre os que já começaram, a Argentina foi a única que enviou relatórios, mas ainda havia muitas dúvidas.
Então, como é que está agora? Tem esses dez estados que tiveram o pedido negado, entre eles Bahia, Maranhão e Pernambuco, e tem outros que entraram com o pedido depois e ainda estão pendentes de avaliação. É o caso, por exemplo, de Rondônia e Pará. A Anvisa vai responder esses pedidos à medida que terminar o prazo de 30 dias para análise. E espera que a Rússia forneça as informações que permitam a análise completa da vacina.
*Com a colaboração de Victor Ribeiro

Concorra a prêmios surpresas ao fazer parte de nossa newsletter GRATUITA!

Quando você se inscreve na nossa newsletter participa de todos os futuros sorteios (dos mais variados parceiros comerciais) do PlanetaOsasco. Seus dados não serão vendidos para terceiros.

PlanetaOsasco.com

planeta

O PlanetaOsasco existe desde 2008 e é o primeiro portal noticioso da história da cidade. É independente e aceita contribuições dos moradores de Osasco.

Artigos relacionados

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Botão Voltar ao topo
0
Queremos saber sua opinião sobre a matériax