Destaques

Anistia Internacional cobra políticas para proteger vulneráveis da pandemia

Com a  a campanha “Nossas Vidas Importam”, a Anistia Internacional quer pressionar autoridades brasileiras para que populações vulneráveis sejam atendidas em suas necessidades no combate à crise da pandemia do coronavírus. A organização destaca a atuação ativa e efetiva da sociedade civil, em contraste com as ações do poder público.

De acordo com a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, as medidas até agora adotadas pelos governos no controle da pandemia, como o isolamento e cuidados de higiene, não estão acessíveis a grande parte da população. Segundo Werneck, negros, moradores de favelas, indígenas, quilombolas, refugiados, LGBTQIs, pessoas em situação de rua, presos, idosos, crianças e adolescentes, trabalhadores informais e autônomos estão entre a parcela mais fragilizada durante a crise.

“Não basta declarar: ‘façam isso’. Política pública é mais do que isso; é oferecer as condições. Imagina um indígena na aldeia, qual serviço de saúde mais próximo ele vai encontrar? Precisa de acesso a água, a alimentação, precisa de renda adequada, que o SUS vá até essas comunidades”. 

Mário Nicacio, do povo indígena Wapichana, membro da Coiab, Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, relata a situação grave que os indígenas não só da região amazônica vivem nessa emergência. Segundo Nicácio, já foram contabilizadas 90 mortes entre indìgenas no país e cerca de 400 casos de contaminação.

“O grande problema que estamos enfrentando é o tempo e o atendimento para socorrer quem está doente. Tudo muito tardio para atender os povos indígenas. A gente sentiu muita dificuldade de implementação dessa política de saúde, principalmente para atender os povos indígenas que estão na Amazônia”. 

Durante a live de lançamento da campanha, o ativista social e jornalista do Complexo do Alemão, Raul Santiago, contou como a comunidade vem tentando sobreviver à ausência de ações mais efetivas dos governos contra a pandemia. Ele está à frente do Gabinete de Crise do Complexo, criado para atender famílias que precisam de apoio e coordenar ações de prevenção no conjunto de favelas.

“Lavar a mão com água e sabão o tempo inteiro não é uma realidade comum porque nem o abastecimento de água é uma coisa certa, diária, na realidade de quem vive em lugares como o Complexo do Alemão”.

A campanha da Anistia Internacional conta com a parceria de pelo menos 35 instituições. A ideia é  realizar uma mobilização nacional de pressão direta para cobrar das autoridades a adoção de medidas e buscar reuniões para apresentar as necessidades dessa parcela da população. Uma carta com demandas urgentes às autoridades públicas do país pode ser assinada  no site da campanha .

Concorra a prêmios surpresas ao fazer parte de nossa newsletter GRATUITA!

Quando você se inscreve na nossa newsletter participa de todos os futuros sorteios (dos mais variados parceiros comerciais) do PlanetaOsasco. Seus dados não serão vendidos para terceiros.

PlanetaOsasco.com

planeta

O PlanetaOsasco existe desde 2008 e é o primeiro portal noticioso da história da cidade. É independente e aceita contribuições dos moradores de Osasco.

Artigos relacionados

Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments
Botão Voltar ao topo
0
Queremos saber sua opinião sobre a matériax