A um ano dos jogos olímpicos, especialistas analisam cenário para a competição no Japão
Falta exatamente um ano para a Olimpíada de Tóquio. Será? Desde que o adiamento dos Jogos foi anunciado, em 24 de março, a postura das autoridades ligadas aos Comitês Olímpico Internacional (COI) e Organizador, além do governo japonês, tem sido diferente da que antecedeu a alteração nas datas.
Até dois dias antes da mudança ser confirmada, o discurso era de que o evento seria realizado em 2020, apesar das manifestações contrárias de atletas e comitês nacionais e do avanço da pandemia do novo coronavírus. A partir da remarcação, o tom de incerteza passou a envolver as declarações. Até o cancelamento da competição não é mais descartado.
Para a coordenadora do Grupo de Estudos Olímpicos da Universidade de São Paulo (USP), Kátia Rubio que a mudança no discurso começa com a pressão de comitês olímpicos nacionais, como de Austrália e Canadá, que ameaçaram não enviar atletas ao Japão se os Jogos não fossem adiados.
Já o vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco La Porta, disse ao repórter Igor Santos, da TV Brasil, que o cenário já foi de mais desconfiança.
A hipótese de cancelamento não é mais tão absurda. Em abril, ela foi admitida pelo presidente do Comitê Organizador, Yoshiro Mori. No mês seguinte, foi a vez do dirigente máximo do COI, Thomas Bach. O receio é que ainda não há um controle sobre a Covid-19 em nível global. A estimativa é que o adiamento em si gere um custo extra de cerca de R$ 13 bilhões.
Se nada mudar, a Olimpíada será disputada entre 23 de julho e 8 de agosto de 2021. Já a Paralimpíada ocorrerá entre 24 de agosto e 5 de setembro, também do ano que vem.
Para isso, porém, será preciso um maior controle da pandemia do novo coronavírus. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são mais de 15 milhões de casos confirmados no mundo, com o recorde em 24 horas atingido no último dia 18 de julho: quase 260 mil registros. Além disso, são mais de 618 mil mortes no planeta pela Covid-19.