Senado recebe especialistas para debater os riscos da variante delta
Mesmo com o avanço da campanha de vacinação no Brasil contra a covid-19, as medidas de prevenção, como uso de máscaras e distanciamento social, ainda são fundamentais para reduzir a circulação do vírus. Quem afirma é o infectologista e pesquisador Guilherme Loureiro Werneck. Ele foi um dos especialistas que participou de uma audiência na manhã desta sexta-feira na Comissão da Covid, do Senado, para discutir os riscos e os impactos da variante delta.
Guilherme Werneck explicou que o surgimento de variantes depende do nível de transmissão comunitária. Quanto maior o nível, maiores as possibilidades de surgirem novas cepas do vírus. Isso pode ser reduzido com o uso de máscaras e o distanciamento social. O pesquisador alertou que a abertura de atividades que provocam aglomerações pode causar um aumento de casos da variante delta, mesmo com a vacinação de boa parte da população.
A infectologista e pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, Raquel Stucchi, advertiu que a variante delta é muito mais transmissível, e uma pessoa infectada pode contaminar de 5 a 8 pessoas, enquanto a primeira variante, a alfa, era transmitida de 4 a 5 pessoas, em média. E, ainda segundo Raquel Stucchi, a contaminação pode ocorrer também em locais abertos, como foi verificado recentemente nos Estados Unidos, que permitiram eventos sem proteção individual.
Ainda segundo a infectologista, os casos de pessoas internadas pela variante delta já são maioria no Canadá, na Escócia e em Cingapura. No Brasil, essa variante está começando a predominar. Ela cita que no Rio de Janeiro, até junho, não havia casos da delta; enquanto em julho, eles já representavam 56% do total.
A especialista ressalta também a importância do uso de máscaras ao sair de casa, porque a primeira dose da vacina garante pouco mais de 30% de proteção; para o vírus delta, chegando a 80% com a segunda dose.