CPI: Witzel diz que falta de diálogo com governo agravou crise
O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou que a crise da covid-19 no país foi agravada pela falta de diálogo com o governo federal. E que, no início da pandemia, os governadores tentaram se reunir por diversas vezes com representantes do Executivo, sem sucesso.
Witzel depôs nesta quarta-feira na CPI da Pandemia, no Senado. Ele foi convocado para esclarecer denúncias de irregularidades durante seu mandato, relacionadas à crise provocada pelo novo coronavírus.
Protegido por um habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, Witzel não precisaria comparecer, e nem responder a todas as perguntas dos parlamentares.
Sobre as denúncias de superfaturamento em equipamentos como respiradores, ele disse o seguinte: os governadores foram obrigados a comprar esse material com urgência, ficando à mercê de preços internacionais. Em relação as OSs, organizações sociais acusadas de corrupção na saúde, Wilson Witzel disse que buscou investigá-las, antes de ser afastado do cargo.
A sessão foi encerrada pouco depois das duas da tarde, quando o presidente da CPI, senador Omar Aziz, disse que Wilson Witzel pediu para se ausentar, alegando o habeas corpus. Em entrevista coletiva, depois da sessão, Witzel afirmou que vai enviar documentos sigilosos à Comissão, que podem ajudar nas investigações que resultaram na perda do cargo de governador. Ele sofreu impeachment em abril deste ano.
Antes do início do depoimento de Wilson Witzel, em votação de requerimentos, os senadores da CPI da Pandemia decidiram convocar representantes dos laboratórios Jansen do Brasil e Precisa Medicamentos. A Comissão também aprovou quebras de sigilo telefônico, telemático, fiscal e bancário de empresários, entre eles, executivos de empresas farmacêuticas.